terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Grandes Navegações


Dentre os acontecimentos que assinalaram a passagem para os tempos modernos, destacam-se, pela profundidade de suas conseqüências, as Grandes Navegações.

Nessa época, os europeus contornaram a África, estabeleceram novas rotas comerciais com o Oriente, circunavegaram o mundo e chegaram às Américas. Reconhecido como o primeiro passo no complexo processo de globalização do planeta, o expansionismo marítimo possibilitou aos europeus o domínio de várias regiões do mundo durante um longo período.

A expansão marítima

De forma geral, podemos dizer que os europeus foram impelidos a empreender as Grandes Navegações por duas razões econômicas: a necessidade de expandir o comércio e de obter grandes quantidades de metais preciosos.

Entretanto, nem só de causas econômicas se faz a história. Havia também naquelas circunstâncias uma influência de outros estímulos pessoais, espírito de aventura e fervor religioso. Na Península Ibérica, por exemplo, disseminou-se a idéia de que, uma vez expulsos os muçulmanos do território, seria preciso propagar a fé cristã por todas as regiões do mundo.

Reunidos esses anseios, o Estado moderno, com sua monarquia fortalecida e unificada, surgiu como instrumento capaz de concretizá-los. Graças ao apoio da burguesia, aos impostos cobrados da população e aos empréstimos contraídos junto aos banqueiros, o rei pôde reunir o capital necessário para financiar as viagens marítimas.

O Atlântico como solução

Já vimos que o comércio , tendo ressurgido na Europa a partir do século XI, vinha crescendo rapidamente, estimulado em grande parte pela abertura do Mediterrâneo e pelo restabelecimento dos contatos com o Oriente, após as Cruzadas. Esse crescimento, que havia sido interrompido em virtude da crise do século XIV, foi retomado em seguida, ainda com mais vigor.

No início do século XV, era intenso o comércio de produtos orientais: as chamadas especiarias – cravo, canela, pimenta – seda e outros artigos. Esses produtos eram trazidos do Oriente pelos árabes até os portos do Mediterrâneo, onde eram comprados, principalmente, pelos mercadores da península Itálica, que os revendiam na Europa. Esse quase monopólio encarecia muito os artigos orientais. Impedidos de efetuar negócios mais lucrativos, os comerciantes de outras regiões começaram a procurar no Atlântico a saída para esse entrave.

Felipe S.S Nakata

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