Ao longo da história, a formação de colónias foi a forma como a espécie humana se espalhou pelo mundo.
Na pré-história, a colonização de territórios não era geralmente acompanhada pelo uso da força - a não ser para lutar contra eventuais animais que os ocupassem.
Em tempos mais recentes, no entanto, o crescimento populacional e económico em vários países da Europa e da Ásia (os Mongóis e os japoneses) levou a um novo tipo de colonização, que passou a ter o carácter de dominação (e, por vezes, extermínio) de povos que ocupavam territórios longínquos e dos seus recursos naturais, criando grandes impérios coloniais. Um dos aspectos mais importantes desta colonização foi a escravatura, com a "exportação" de uma grande parte da população africana para as Américas, com consequências nefastas, tanto para o Continente Negro, como para os descendentes dos escravos, que perduram até hoje.
Colonização francesa
A França demorou a conquistar terras devido a problemas internos, referentes a centralização política. As primeiras tentativas dos franceses para estabelecerem colónias no Brasil, em 1555, e na Florida, em 1564 (em Fort Caroline, actualmente Jacksonville, na Flórida), realizada por huguenotes, não tiveram sucesso, devido à vigilância dos portugueses e espanhóis. A tentativa seguinte foi em 1598, em Sable Island, no sueste da actual província da Nova Escócia do Canadá; esta colónia não teve abastecimentos e os 12 sobreviventes tiveram de voltar a França. A história do império colonial francês começou em 27 de Julho de 1605 com a fundação em Port Royal, actualmente Annapolis (igualmente na Nova Escócia), da colónia da Acadie. Em 1608, Samuel de Champlain funda Quebec, que passa a ser a capital da enorme, mas pouco povoada, colónia de Nova França (também chamada "Canada"), que tinha como objectivo o comércio de peles.
À medida que os franceses expandiam o seu império na América do Norte, também começaram a construir outro, menor, mas mais lucrativo, nas "Índias Ocidentais" (as Caraíbas). A ocupação da costa sul-americana começou em 1624 onde é hoje a Guiana Francesa e fundou uma colónia em Saint Kitts em 1627 (a ilha teve que ser partilhada com os ingleses até ao Tratado de Utrecht em 1713, quando a França o perdeu). A "Compagnie des Îles de l'Amérique", formada em 1664, estabeleceu as colónias de Guadeloupe e Martinica em 1635 e em Santa Lúcia em 1650. As plantações destas colónias foram mantidas por escravos trazidos de África. A resistência dos povos indígenas locais resultou na Expulsão dos Caribes em 1660. A mais importante possessão colonial francesa nas Caraíbas só foi conseguida em 1664, com a fundação da colónia de "Saint-Domingue" (o actual Haiti) na metade ocidental da ilha Hispaniola (enquanto os espanhóis dominavam a parte oriental). No século XVIII, Saint-Domingue tornou-se a mais rica colónia de plantações de cana-de-açúcar das Caraíbas. A parte oriental da ilha Hispaniola foi oferecida à França pela Espanha, depois da perda de Saint-Domingue com a Revolução Haitiana.
Em 1699, as possessões francesas na América do Norte expandiram-se ainda mais com a fundação da Louisiana perto do delta do Rio Mississippi; embora a França tivesse declarado soberania de toda a bacia do Mississippi, só tinha controlo efectivo na região costeira, perto das cidades de Mobile (Alabama) e New Orleans (fundada em 1718). Mais tarde, os Estados Unidos da América compraram a colónia francesa.
Na África, foi no Senegal que os franceses primeiro estabeleceram entrepostos em 1624, tendo-se depois expandido para o interior e para sul, formando, em 1880, a colónia do Sudão francês (actual Mali) e, nos anos que se seguiram ocupando a grande parte do Norte de África e da África ocidental e central. A França formou ainda colónias na Índia (Chandernagore em Bengala e Pondicherry no sueste, em 1673-1674) e, mais tarde, Yanam (1723), Mahe (1725) e Karikal (1739). No Oceano Índico, a França implantou-se na "Île de Bourbon" (actual Reunião), em 1664, "Île Royale" (Maurícia, em 1718) e Seychelles (1756). Durante os primeiros anos do reinado de Napoleão, o Egipto esteve também sob domínio francês por um curto período, mas apenas à volta do rio Nilo.
No século XIII, os reis mongóis sucessores de Genghis Khan construíram o maior império colonial de sempre, abrangendo quase toda a Ásia e parte da Europa de leste. Nos finais do século XIX, os japoneses começaram a expandir-se e, na altura da Segunda Guerra Mundial, dominavam a Coreia, grande parte da China, a Indochina, as Filipinas e a então colónia das Índias Orientais Holandesas (atual Indonésia).
O colonialismo europeu foi o que abrangeu a maior parte do mundo, fora daquele continente, tendo sido ocupadas completamente as Américas e a Austrália até ao século XVII e a maior parte de África até ao início do século XIX. Em 1885, as diferentes regiões – actuais países - de África foi distribuída pelas potências coloniais europeias, na Conferência de Berlim.
Felipe S.S Nakata
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