segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Crise financera do Japão




Após várias décadas de alto crescimento e de desenvolvimento tecnológico
acelerado, a economia japonesa está, em 1999, em seu nono ano consecutivo de
estagnação. Como dois aspectos marcantes dessa crise, incluem-se a prolongada crise
bancária, bem como a baixa resposta macroeconômica a estímulos governamentais de
ordem fiscal e monetária.
O presente texto aborda essas duas dimensões da crise atual como manifestações de
um esgotamento do estilo japonês de crescimento-com-endividamento empresarial
característico das décadas anteriores. Delineia-se, também, a hipótese de estar em curso
uma transição cujos contornos – ao menos em nível aparente – sugerem uma
"americanização" tendencial das finanças japonesas.

CRÉDITO BANCÁRIO E INVESTIMENTOS
PRODUTIVOS NO DESENVOLVIMENTO JAPONÊS
Durante o período de fenomenal crescimento a taxas anuais próximas de 10%, em
1953-73, a regulamentação financeira foi parte essencial da estratégia de catching up da
economia japonesa em relação à economia líder norte-americana. A segmentação de
mercados e de instituições seguiu de perto o formato das "muralhas chinesas" norteamericanas
(Canuto & Lima, 1999a). Diferentemente do caso original, por outro lado, a
regulamentação financeira local reprimiu os mercados de títulos de dívida negociáveis e
tornou raras as emissões de ações ao grande público (Hoshi & Kashyap, 1999).
A repressão a securities (títulos de dívida e ações em bolsa) garantiu a
predominância absoluta dos bancos na intermediação financeira, os quais operavam como
instrumento da tutela governamental na alocação de recursos para investimentos. A
poupança financeira tinha nos bancos seu destino quase único e, na outra ponta, as
empresas também só dispunham do crédito bancário como fonte de financiamento.


Fotos:









BY:Barbara



Nenhum comentário:

Postar um comentário