Albrecht Dürer (Nuremberga, 21 de Maio de 1471 — Nuremberga, 6 de Abril de 1528) foi um gravador, pintor e ilustrador alemão.
Dürer era filho de um ourives de origem húngara, tendo morado duas vezes na Itália quando adulto. Em 1512 é nomeado pintor de corte de Maximiliano I da Germânia. Em 1520, depois da morte do imperador, parte para os Países Baixos, tendo visitado muitas das cidades do norte e conhecido pintores e homens de Letras, entre os quais Erasmo de Roterdão. Nos últimos anos da sua vida, em Nuremberga, trabalhou em tratados teóricos, pois os seus interesses, no espírito humanista do Renascimento, abrangiam muitos campos: a matemática, a geografia, a arquitectura, a geometria e a fortificação.
Juventude
Terceiro dos dezoito filhos de um ourives do mesmo nome, que seguiria a profissão do pai, não tivesse demonstrado enorme talento quando começou como aprendiz de Michael Wolgemut em 1486, desenhando o seu primeiro retrato. Ao mesmo tempo em que aprendia pintura com Wolgemut, observava as técnicas de gravura em metal e em madeira, e artistas como Schongauer e Housebook o inspiraram a criar seu próprio estilo.
Primeira visita à Itália
Em 7 de julho de 1494 foi obrigado a se casar com Agnes Frey, filha de um mercador local, por um arranjo feito pela sua família à sua revelia. Seu relacionamento com a esposa é pouco conhecido e a reputação dela foi manchada postumamente por amigos de Dürer, mas provavelmente por causa disso ele não permaneceu muito tempo em Nuremberga. No outono de 1494 viajou à Itália deixando a esposa em casa.
A evidência de sua passagem por Veneza deriva dos desenhos e gravuras com profundas ligações com as obras de autores italianos como Mantegna, Pollaiuolo, Lorenzo de Credi e outros. Durante 1495 voltou para Nuremberga, onde permaneceu por dez anos.
Retorno para Nuremberga
Nos primeiros anos, ele trabalhou no estilo germânico, mas já estava aberto para a influência do Renascimento. Seus melhores trabalhos dessa época foram xilogravuras, gravuras impressas a partir de blocos de madeira, cenas de gosto popular, como a desenvolvida nas suas famosas série de dezesseis cenas do Apocalipse, de 1498, as sete cenas da Paixão, do mesmo ano e logo depois as séries da Sagrada Família e vários santos. Entre 1503 e 1505 ele gravou uma série de dezessete ilustrações da vida da Virgem Maria. Estas últimas só foram publicadas, no entanto, em 1511.
Dürer preparou-se para trabalhar em gravação em cobre, mais detalhada e de melhor retorno financeiro. Não tentou reproduzir tantas imagens como nas xilogravuras, mas produziu uma quantidade de Madonas, personagens bíblicos ou santos, nus mitológicos e grupos de pessoas comuns, alguns satíricos.
O artista veneziano Jacopo de Barbari, que ele tinha conhecido na Itália, veio a Nuremberga por volta de 1500 e influenciou Dürer com novos conhecimentos de perspectiva, anatomia e proporção, a partir dos quais começou seus estudos. Uma série de desenhos existentes mostra as experiências com a proporção do corpo humano, até chegar na famosa gravura de Adão e Eva (1504) que mostra seu traço firme e detalhado trabalhando na superfície do corpo, usando as ferramentas da gravura com mestria. Duas ou três outras obras com sua soberba técnica foram produzidas em 1505, quando Dürer regressou à Itália para uma segunda visita.
Segunda visita à Itália
Na Itália, Dürer mudou sua técnica para a pintura, primeiramente produzindo uma série de trabalhos em têmpera sobre tela, incluindo retratos e peças de altar, notadamente o Paumgartner e a Adoração dos Magos. No começo de 1506 estava em Veneza, onde permaneceu até 1507, enquanto suas gravuras adquiriam grande popularidade e eram muito copiadas, ele recebia a encomenda, da comunidade germânica de Veneza, de uma obra para a igreja de São Bartolomeu. O quadro pintado por Dürer estava próximo do estilo italiano – A Adoração da Virgem, também conhecida como Festa das Grinaldas de Rosas - depois adquirida pelo Imperador Rodolfo II e levada para Praga. São conhecidas outras obras produzidas em Veneza, incluindo A Virgem e o Menino, Cristo disputando com os Doutores (supostamente produzida em meros cinco dias) e várias obras menores.
Nuremberga e as obras-primas
A despeito do reconhecimento que recebeu dos venezianos, Dürer voltou a Nuremberga no meio de 1507, ali permanecendo até 1520. Em 1509 compra o Albrecht-Dürer-Haus. Sua reputação espalhara-se por toda a Europa e ele era tratado com camaradagem e amizade pelos mestres da época. O próprio Rafael sentia-se honrado em trocar desenhos com ele.
Os anos entre o seu retorno e a sua viagem aos Países Baixos são comumente divididos pelo tipo de trabalho no qual estava principalmente ocupado. Esses cinco anos, 1507 – 1511, são predominantemente os anos em que pintou mais em sua vida, trabalhando com um grande número de estudos e desenhos preliminares. Produziu aqueles que foram considerados seus quatro melhores trabalhos: Adão e Eva (1507), Virgem com Iris (1508), A Ascensão da Virgem (1509) e Adoração da Trindade por todos os Santos (1511). Durante este período ele completou também a série de xilogravuras da Grande Paixão e da Vida da Virgem, ambas publicadas em 1511, junto com uma segunda edição das cenas do Apocalipse.
De 1511 a 1514, Dürer concentrou-se nas gravuras, tanto em madeira quanto em cobre. A sua obra-prima desse período foram as trinta e sete xilogravuras da Pequena Paixão (1511) e um conjunto de quinze gravações em cobre do mesmo tema (1512). No ano seguinte apareceram seus trabalhos mais famosos em cobre, A Morte do Cavaleiro, Melancolia I e São Jerônimo em seu Escritório (ambos de 1514). Em Melancolia I aparece um quadrado mágico de quarta ordem que se acredita o primeiro a aparecer na arte européia. Os dois números no meio da fileira de baixo dão a data da gravação: 1514. Produziu nessa época ainda uma vasta gama de outras obras, incluindo retratos em têmpera de 1516, gravuras com vários temas, experiências em gravações em ferro ou zinco. Para o Imperador Maximiliano, trabalhou em parte do Portão triunfal, desenhou o retrato e decorou as margens do livro de oração, antes da morte deste em 1519.
Viagem aos Países Baixos
No verão de 1520, o desejo de Dürer por um novo mecenas, após a morte do Imperador Maximiliano, e o aparecimento de doenças contagiosas em Nuremberga, ocasionaram sua última viagem. Junto com a esposa e a aia desta, viajou para os Países Baixos em julho para estar presente na coroação do novo imperador, Carlos V. Sua viagem pelo Rio Reno até Colônia e então para Antuérpia, onde foi bem recebido, produzindo inúmeros desenhos em várias técnicas. Até chegar a Aachen para a coroação, excursionou a Bruxelas, Bruges, Gante, Zeeland e Nijmegen. Retornou finalmente para casa em julho de 1521, tendo contraído uma doença indeterminada que o afligiu pelo resto da vida.
Últimos anos
De volta em Nuremberga, Dürer começou uma série de figuras religiosas. Muitos esboços e desenhos preliminares sobreviveram, mas não grandes pinturas. Isso se deve em parte ao declínio de sua saúde, mas mais por causa do tempo que gastou na preparação de seus trabalhos teóricos em geometria e perspectiva, proporções e fortificações. Embora tivesse dom natural para escrever, trabalhou duramente para produzir essas obras.
A conseqüência dessa ênfase nos escritos foi a pequena produção artística. Apenas três pinturas, um retrato de Hieronymus Holtzschuher, uma Madona com o Menino e dois painéis mostrando os Quatro Apóstolos: São João com São Pedro ao fundo e São Paulo com São Marcos ao fundo. Algumas gravuras em cobre, retratos basicamente, como o do Grande Cardeal, Frederico de Wise, Pirckheimer, Melanchthon e Erasmo de Roterdão, que contem a inscrição "Imago Erasmi Roterodami ab Alberto Durero ad vivam effigiem deliniata" e "ΤΗΝ ΚΡΕΙΤΤΩ ΤΑ ΣΥΓΓΡΑΜ ΜΑΤΑ ΔΙΞΕΙ" que pode ser traduzido por "Seus escritos dão uma imagem melhor do homem que este retrato".
Dois de seus livros foram publicados em vida: Instrução para medições à régua e ao compasso, de 1525, e o Tratado sobre fortificações, de 1527. O livro Sobre proporção do corpo humano saiu logo após sua morte, em 1528, com a idade de 56 anos.
Dürer arquiteto
Grande teórico da cidade do Renascimento, foi o primeiro fora da Itália. Publicou em 1527, em Nuremberga, o Tratado sobre fortificação de cidades, vilas e castelos, onde apresenta um esquema de uma cidade ideal quadrada, opondo-se ao ponto de vista de maior parte dos tratadistas italianos, como Barbaro, Filarete, e até Vitrúvio, cujo texto da Antiguidade é referido como obra-prima para estes arquitectos e urbanistas ("Clássico Anticlássico").
Fotos:
Rafael Sanzio (em italiano Raffaello Sanzio; Urbino, 6 de abril de 1483 — Roma, 6 de abril de 1520), frequentemente referido apenas como Rafael, foi um mestre da pintura e da arquitetura da escola de Florença durante o Renascimento italiano, celebrado pela perfeição e suavidade de suas obras. Também é conhecido por Raffaello Sanzio, Raffaello Santi, Raffaello de Urbino ou Rafael Sanzio de Urbino.
Biografia
Rafael era filho de Giovanni Santi, poeta (escreveu uma Crônica famosa em rima) e também pintor para a corte de Mântua. Quando o nascimento de Rafael, ele dirigia um famoso estúdio em Urbino. Giovanni ensinou seu filho a pintar e o introduziu à corte humanista de Urbino, que, ao final do século XV, havia se tornado um dos mais ativos centros culturais da Itália, sob a regência de Federico da Montefeltro, falecido sete meses antes do nascimento de Rafael. Lá, Rafael pode conhecer os trabalhos de Paolo Uccello, Luca Signorelli, e Melozzo de Forlì. Precoce, aos dezessete anos (em 1500) Rafael já era considerado um mestre.
De acordo com Giorgio Vasari, Rafael foi levado pelo pai aos onze anos para ser aprendiz de Pietro Perugino, em Perúgia, mas esta informação é discutida por algumas autoridades no assunto. É de consenso geral que Rafael estava na Úmbria a partir de 1492, ano do falecimento de seu pai.
Trabalhos
O primeiro trabalho registrado de Rafael foi um altar para a Igreja de San Nicola da Tolentino na cidade de Castello, entre Perúgia e Urbino. A peça foi encomendada em 1500 e terminada um ano depois.
Foi muito danificada por um terremoto em 1789, restando atualmente somente alguns fragmentos na Pinacoteca Tosio Martenigo, na Brescia.
Outra peça importante de seus primeiros anos foi o altar de Oddi para a capela de mesmo nome na igreja de São Francisco de Perúsia. Rafael, provavelmente como membro da oficina de Pietro Perugino, trabalhou também nos afrescos do Collegio del Cambio
O Casamento da Virgem, de 1504, foi sua principal obra desse período, ainda influenciado pelo estilo de Perugino. Logo depois Rafael concluiu três pequenos quadros: Visão de um Cavaleiro, As Três Graças e São Miguel. Neles já se expunha o seu estilo amadurecido e o frescor que lhe acompanharia a vida toda.
Ainda em 1504, Rafael se mudou para Siena com o pintor Pinturicchio, a quem ele tinha fornecido desenhos para os afrescos da Libreria Picolomini. De lá foi para Florença atraído pelos trabalhos que estavam sendo realizados, no Palazzo della Signoria, por Leonardo da Vinci e Michelangelo. Viveu na cidade nos quatro anos seguintes, viajando a outras cidades ocasionalmente. Em 1507 uma nobre de Perugia lhe encomendou uma notável Deposição de Cristo, hoje exposta na Galleria Borghese, em Roma.
Em Florença, Rafael tornou-se amigo de vários pintores locais, destacando-se Fra Bartolomeo, um proponente do Idealismo Renascentista. A influência de Fra Bartolomeo o levou a abandonar o estilo suave e gracioso de Perugino e abraçar a grandiosidade e formas mais poderosas. Entretanto, a maior influência sobre a obra de Rafael durante seu período florentino veio de Leonardo da Vinci e suas composições, figuras e gestuais, bem como suas técnicas inovadoras como o chiaroscuro e o sfumato.
Na segunda metade de 1508, o Papa Júlio II, encorajado por Donato Bramante, amigo de Rafael e arquiteto do Vaticano, contratou os serviços do pintor. Aos 25 anos, Rafael ainda estava forjando seu estilo. Contudo logo conquistou a fama e os favores do papa. Ele começou a ser chamado de o Príncipe dos Pintores. Nos 12 anos seguintes, Rafael nunca deixou Roma que passou a ser sua segunda nação. Trabalhou principalmente para Júlio II e seu sucessor, Leão X (filho de Lorenzo de Medici). Ao final do ano de 1508, ele começou a decoração dos apartamentos de Júlio no Vaticano, os quais, na visão do papa, eram destinados a glorificar a o poder da Igreja Romana através da justificação do Humanismo e do Neoplatonismo. Uma série de obras-primas, como a Disputa (ou Discussão do Santíssimo Sacramento) e a Escola de Atenas, pintados na Stanza della Segnatura, o tornou o artista mais procurado da cidade.
Rafael continuou o trabalho nos quartos até 1513, sob o governo de Leão X, mas deixou as últimas seções quase que inteiramente sob cuidado de seus pupilos. Nesse meio tempo, ele realizou outras tarefas como decorações sacras e seculares para vários prédios, retratos, altares, desenhos para tapeçarias, design para pratos e até trabalhos cenográficos.
Alguns de seus trabalhos mais famosos desse período nasceram da amizade com que mantinha com um rico banqueiro de Siena, Agostino Chigi, que lhe encomendou o belíssimo afresco de Galatéia para sua Villa Farnesina e as Sibilas na igreja de Santa Maria della Pace, junto com o projeto e a decoração da Capela de Chigi na igreja de Santa Maria del Popolo, em 1513.
Raffaello Sanzio, conhecido em português como Rafael, nasceu em Urbino, então capital do ducado do mesmo nome, na Itália, em 6 de abril de 1483. Seu pai, Giovanni Santi, era pintor de poucos méritos mas homem culto e bem relacionado na corte do duque Federico da Montefeltro. Transmitiu ao filho, de precoce talento, o amor pela pintura e as primeiras lições do ofício. O duque, personificação do ideal renascentista do príncipe culto, encorajara todas as formas artísticas e transformara Urbino em centro cultural, a que foram atraídos homens como Donato Bramante, Piero della Francesca e Leone Battista Alberti.
Após a morte do pai, em 1494, Rafael foi para Perugia, onde aprendeu com Pietro Perugino a técnica do afresco ou pintura mural. Em sua primeira obra de realce, "O casamento da Virgem" (1504), a influência de Perugino evidencia-se na perspectiva e na relação proporcional entre as figuras, de um doce lirismo, e a arquitetura. A disposição das figuras é, no entanto, mais informal e animada que a do mestre.
Florença
No outono de 1504, Rafael foi a Florença, atraído pelos trabalhos que estavam sendo realizados, no Palazzo della Signoria, por Leonardo da Vinci e Michelangelo. Sob a influência sobretudo da obra de Da Vinci, absorveu a estética renascentista e executou diversas madonas, entre as quais a "Madona Esterházy" e "A bela jardineira". Fez uso das grandes inovações introduzidas na pintura no Renascimento, e de Da Vinci a partir de 1480: o claro-escuro, contraste de luz e sombra que empregou com moderação, e o esfumado, sombreado levemente esbatido, ao invés de traços, para delinear as formas. A influência de Michelangelo, patente na "Pietà" e na "Madona do baldaquino", consistiu sobretudo na exploração das possibilidades expressivas da anatomia humana.
Roma
Por sugestão de Bramante, seu amigo e arquiteto do Vaticano, Rafael foi chamado a Roma pelo Papa Júlio II em 1508. Nos 12 anos em que permaneceu nessa cidade incumbiu-se de numerosos projetos de envergadura, nos quais deu mostras de uma imaginação variada e fértil. Dos afrescos do Vaticano, os mais importantes são a "Disputa" (ou "Discussão do Santíssimo Sacramento") e a "Escola de Atenas", ambos pintados na Stanza della Segnatura. O primeiro, que mostra uma visão celestial de Deus, seus profetas e apóstolos a encimar um conjunto de representantes da igreja, equipara a vitória do catolicismo à afirmação da verdade. Já a "Escola de Atenas" é uma alegoria complexa do conhecimento filosófico profano. Mostra um grupo de filósofos de várias épocas históricas ao redor de Aristóteles e Platão, ilustrando a continuidade histórica do pensamento platônico.
Após a morte de Júlio II, em 1513, a decoração dos aposentos pontifícios prosseguiu sob o novo papa, Leão X, até 1517. Apesar da grandiosidade do empreendimento, cujas últimas partes foram deixadas principalmente por conta de seus discípulos, Rafael, que então se tornara o pintor da moda, assumiu ao mesmo tempo numerosas outras tarefas: criou retratos, altares, cartões para tapeçarias, cenários teatrais e projetos arquitetônicos de construções profanas e igrejas como a de Sant'Eligio degli Orefici. Tamanho era seu prestígio que, segundo o biógrafo Giorgio Vasari, Leão X chegou a pensar em fazê-lo cardeal.
Em 1514, com a morte de Bramante, Rafael foi nomeado para suceder-lhe como arquiteto do Vaticano e assumiu as obras em curso na basílica de São Pedro, onde substituiu a planta em cruz grega, ou radial, por outra mais simples, em cruz latina, ou longitudinal. Sucedeu também a Bramante na decoração das loggias (galerias) do Vaticano, aí realizando composições de lírica simplicidade que pareciam contrabalançar a aterradora grandeza da capela Sistina pintada por Michelangelo.
Pesquisador
Competente pesquisador interessado na antiguidade clássica, Rafael foi designado, em 1515, para supervisionar a preservação de preciosas inscrições latinas em mármore. Dois anos depois,foi nomeado encarregado geral de todas as antiguidades romanas, para o que executou um mapa arqueológico da cidade. Sua última obra, a "Transfiguração", encomendada em 1517, desvia-se da serenidade típica de seu estilo para prefigurar coordenadas do novo mundo turbulento—o da expressão barroca.
Em conseqüência da profundidade filosófica de muitos de seus trabalhos, a reputação de humanista e pensador neoplatônico de Rafael implantou-se em Roma. Entre seus amigos havia respeitados homens, como Castiglione e Pietro Aretino, além de muitos artistas. Em 1519 ele projetou os cenários para a comédia I suppositi, de Ludovico Ariosto. Coberto de honrarias, Rafael morreu em Roma em 6 de abril de 1520…
Arquitetura
O primeiro trabalho arquitetônico conquistado por Rafael foi a posição de arquiteto da nova Basílica de São Pedro, cuja construção começou em 1506. A posição havia sido vagada pela morte de Bramante em 1514. Rafael mudou a planta de um desenho de inspiração grega para um design longitudinal. Contudo este projeto foi modificado novamente após sua morte.
Dois anos depois ele projetou as linhas da importante Villa Madama em Roma. Em 1515 ele foi nomeado uma espécie de supervisor paras as pesquisas arqueológicas romanas, desenhando um mapa arqueológico da cidade.
Política
O prestígio de Rafael até mesmo deu a sua obra um papel na criação e fortalecimento de alianças políticas, como no caso de trabalhos hoje em dia expostos no Louvre, que foram enviados a corte francesa, e o retrato de Lorenzo de Medici para o partido florentino.
Rafael nunca se casou, ainda que algumas fontes afirmem que em 1514 ele estava noivo de Maria Bibbiena, sobrinha de um cardeal, mas o noivado terminou devido a morte prematura da jovem.
Diz a lenda que seu grande amor foi "Fornarina" (padeirinha), mas sua existência jamais foi confirmada. Segundo Vasari, a morte prematura de Rafael foi causada por excesso de amor.
Últimos anos A morte precoce de Rafael, no dia em que completava 37 anos, reforçou a aura mística que rodeava sua figura. Admirado pela aristocracia e pela corte papal, que o viam como o "príncipe dos pintores", foi encarregado pelo Papa Júlio II de decorar com afrescos as salas do Vaticano hoje conhecidas como as stanze de Jesus Cristo.
Em seus últimos anos (1518-1520) a intervenção do estúdio em seus trabalhos tornou-se mais significativa, como pode se ver em obras como Spasimo da Sicília, para uma igreja de Palermo, e a Visitação, hoje abrigada pelo Museu do Prado em Madrid. Também a decoração do Quarto de Constantino no Vaticano foi executada inteiramente por seus pupilos, baseado em desenhos do mestre. Seus últimos trabalhos autorais foram um retrato duplo do Louvre, o pequeno mas monumental A Visão de Ezequiel e a Transfiguração.
Rafael morreu em Roma no seu aniversário de 37 anos, (alegadamente apenas a algumas semanas depois de Leão X apontá-lo como cardeal), acometido por uma febre após um encontro à meia-noite, e foi profundamente lamentado por todos aqueles que reconheciam sua grandeza. Seu corpo repousou por um certo tempo em uma das salas na qual ele havia demonstrado sua genialidade e foi honrado com um funeral público. A Transfiguração precedeu seu corpo durante a procissão fúnebre.
A incansável mão da morte (nas palavras de seu biógrafo) pôs um limite em suas conquistas e privou o mundo de um benefício maior de seus talentos, na idade em que a maioria dos outros homens começa a ser útil.
Rafael foi enterrado no Panteão, o mais honorável mausoléu na Itália.
Em sua tumba foi colocada uma frase de Pietro Bembo em latim que diz: "Aqui jaz Rafael, que fez temer à Natureza por si fosse derrotada, em sua vida, e, uma vez morto, que morresse consigo"
BY:Barbara
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