terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Romeu e Julieta-Uma história famosa

Romeu e Julieta (em inglês Romeo and Juliet) é uma tragédia escrita entre 1591 e 1595, nos primórdios da carreira literária de William Shakespeare, sobre dois adolescentes cuja morte acaba unindo suas famílias, outrora em pé de guerra. A peça ficou entre as mais populares na época de Shakespeare e, ao lado de Hamlet, é uma das suas obras mais levadas aos palcos do mundo inteiro. Hoje, o relacionamento dos dois jovens é considerado como o arquétipo do amor juvenil.

Romeu e Julieta pertence a uma tradição de romances trágicos que remonta à antiguidade. Seu enredo é baseado em um conto da Itália, traduzido em versos como A Trágica História de Romeu e Julieta por Arthur Brooke em 1562, e retomado em prosa como Palácio do Prazer por William Painter em 1582. Shakespeare baseou-se em ambos, mas reforçou a ação de personagens secundários, especialmente Mercúcio e Páris, a fim de expandir o enredo. O texto foi publicado pela primeira vez em um quarto de 1597 mas essa versão foi considerada como de péssima qualidade, o que estimulou muitas outras edições posteriores que trouxeram consonância com o texto original de Shakespeare.

A estrutura dramática usada por Shakespeare — especialmente os efeitos de gêneros como a comutação entre comédia e tragédia para aumentar a tensão; sua atitude de expandir os personagens mais secundários e a utilização de sub-enredos para embelezar a história — tem sido elogiada como um sinal precoce de sua habilidade dramática e maturidade artística. Além disso, a peça atribui distintas formas poéticas a diferentes personagens para apresentar sua personalidade mais evoluída: Romeu, por exemplo, cresce mais versado nos sonetos ao longo da trama.

Em mais de cinco séculos de realização, Romeu e Julieta tem sido adaptada nos infinitos campos e áreas do teatro, cinema, música e literatura. Enquanto William Davenant tentava revigorá-la durante a Restauração Inglesa, e David Garrick modificava cenas e removia materiais considerados indecentes no século XVIII, Charlotte Cushman, no século XIX, apresentava ao público uma versão que preservava o texto de Shakespeare. A peça tornou-se memorável nos palcos brasileiros com a interpretação de Paulo Porto e Sônia Oiticica nos papéis principais, e serviu de influência para o Visconde de Taunay em seu Inocência, também baseado em Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco, considerado o "Romeu e Julieta lusitano". Além de se mostrar influente no ultrarromantismo português e no naturalismo brasileiro, Romeu e Julieta mantém-se famosa nas produções cinematográficas atuais, notavelmente na versão de 1968 de Zeffirelli, indicado como melhor filme, e no mais recente Romeu + Julieta, de Luhrmann, que traz seu enredo para a atualidade.

Atos

Romeu e Julieta é dividida em cinco atos, todos com o desenvolvimento de sub-enredos e de um grande bloco de "subidas" e "descidas", isto é, suspenses e expectativas que o público (ou o leitor) adquirem ao longo de sua formação. Isso se deve fundamentalmente aos elementos dramáticos que Shakespeare engendrou no texto. Para ver mais sobre isso, vá à sub-seção estrutura dramática. Abaixo, temos um pouco dos acontecimentos de cada ato da peça:

Ato I : Inicia-se num diálogo entre Sansão e Gregório, criados da família Capuleto e termina num diálogo entre Julieta e sua ama. O Ato I mostra o confronto entre a família Capuleto e a família Montecchio, a suposta paixão de Romeu com Rosalina e o amor repentino de Julieta por Romeu. Embora saibam que a suas famílias são rivais, o mais importante para cada um dos dois é o sentimento. As conversas de Julieta com sua ama fazem com que ela demonstre seus sentimentos por Romeu.
Ato II: Inicia com Romeu saltando para dentro do jardim dos Capuletos. Ele encontra-se com Julieta no terraço e, na clássica cena, os dois juram amor um pelo outro. Termina com Frei Lourenço, Julieta e Romeu juntos, preparados para o casamento.
Ato III: Tebaldo intervém no casamento. Mercúcio morre e Romeu é atacado pela cólera, assassinando Tebaldo. Ainda na Cena I, a família Montecchio e Capuleto discutem perante o príncipe quanto à morte de Mercúcio e Tebaldo. Os Montecchio alegam que Romeu assassinou Tebaldo apenas porque este feriu Mercúcio antes. Os Capuleto ignoram e dizem que Romeu merece morrer. O príncipe decide tirar o direito de Romeu voltar a Verona. Julieta termina sabendo de tudo e encontra-se com Romeu. Este parte logo de manhã e promete vê-la novamente.
Ato IV: Os Capuleto apressam o casamento de Julieta com Páris. Frei Lourenço a ajuda e sugere que ela tome um elixir e se finja de morta, pois enviará uma carta à Romeu dizendo para ele retornar e fugir junto com ela.
Ato V: A carta é extraviada e Romeu pensa que Julieta se suicidou. Ele encontra um boticário e encomenda um veneno. Retornando, Romeu encontra-se com Páris e o enfrenta, derrotando-o. Romeu vai ao encontro do corpo de Julieta e bebe o veneno, morrendo subitamente. Julieta acorda e, desesperada, suicida-se com um punhal que estava presente na bainha de Romeu. A família de ambos, antes rivais, juntam-se para o perdão.

Felipe S.S Nakata

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